Depois do vídeo que eu fiz recomendando coisas, eu percebi que não vejo muitos filmes além de alguns blockbusters no cinema. Ficar duas horas em casa parado vendo uma mesma coisa nunca me atraiu, já que eu posso ficar parado duas horas vendo várias coisas diferentes.
Mas aí eu percebi que uma galera vê uns filmes aí, coisa do tipo. E fiquei curioso por alguns deles.
Resolvi catalogar aqui tudo o que eu assistir este ano. A ideia era ver 50 filmes em 2020. Chutei esse número porque um ano tem 52 semanas, só esqueci do detalhe de que não vi nenhum filme em janeiro.
Além do fato de organizar isso, vou falar um pouco de cada filme. Não tô afim de criar conta no Letterboxd, não
sei fazer sacadinhas™. Até criei uma conta no Letterboxd,
apenas pra deixar
os filmes logados mas continuo sem saber fazer sacadinhas™. Também não vou dar nota pros filmes, eu acho.
Não tome nenhuma opinião daqui como referência, porque parando pra pensar eu não sei se cheguei a ver 50 filmes na última década. (talvez haja exagero nesta afirmação).
Alguns textos provavelmente têm spoilers.
Uma galera elogiou, teve aquele papo de os caras darem uma zoada nos americanos que não veem filme legendado… O título me lembrou aquelas histórias de gente morando debaixo do piso de taco do quarto de um apartamento — e acaba que é mais ou menos isso?!?
Os diálogos em coreano não atrapalharam, é questão de se acostumar mesmo. Gostei das atuações, de vários takes abertões e planos (por exemplo: na hora da chuva, os três descendo a rua e as escadas).
Muito bacana a história, me surpreendeu bem. Não tem jumpscares, o que foi ótimo, mas mesmo assim fiquei um pouco chocado com as surpresas — umas duas vezes eu achei que personagens específicos tinham morrido.
O final é bem… agridoce?!? Tipo, a gente sabe né, que nunca vai dar certo aquilo. É triste, mas aí você lembra o que o povo fez e fica “é………”
Que premissa é essa, um menino da juventude hitlerista cujo amigo imaginário é um Hitler legalzão. Ainda não sei como esse projeto foi aprovado, mas ainda bem que foi.
Os muleques mandam muito bem, o gordinho de óculos é excelente, podia ter aparecido mais um pouco. Os outros atores são bons também — mano, a Rebel Wilson dando arma na mão das quiança e falando aqueles absurdos tipo “bora queimar livro aeeeeee”.
Achei o filme obviamente caricato a ponto de não reforçar o nazismo positivamente, mas alguém deve ter achado o contrário, então sei lá.
O louco é que é uma comédia mas na última meia hora o negócio muda e fica aquele clima triste pra horrível (a situação da história, não a qualidade do filme). Coitado do Jojo.
Pelo menos existe uma luz otimista no final do filme.
Eu achei que não ia embarcar muito nessa história. Uma história sobre divórcio, de um casal com filhos, não é nada que tenha relação com minha vida até então. E também tinha aquele clipe que viralizou dos personagens brigando numa sala branca, com uma cinematografia um pouco estranha.
Mas tentei esquecer disso e ver. Confesso que em alguns momentos me distraí, mas a história é boa, as atuações estão excelentes.
É curioso como a cinematografia “estranha” da cena que viralizou faz sentido no contexto geral. Tecnicamente tem seus probleminhas (a janela com luz estourada, por exemplo), mas é aquilo: vida real, sem muito enfeite ou perfeição. Achei isso bem notável como nas cenas em que eles tão conversando com os advogados mas rolam umas pausas aleatórias pra elogiar a bolachinha, ou pra ir buscar o óculos certo. É um negócio natural, cru.
Apesar da minha experiência nula com casamento, divórcio e filhos, creio que passou bem a imagem de um relacionamento amoroso que morreu. Ninguém ali parecia querer reatar. Eles só precisavam externar todos os problemas. Não dava mais pra reatar. Essas coisas acontecem, e achei interessante ver que isso foi aceito pelos dois.
Eles ainda vão se ver sempre, ainda têm essa ligação por causa do filho, que não tem nada a ver com isso. Agora é tentar seguir em frente.
Adam Sandler num filme que não é de comédia, vamos dar uma chance. O pessoal todo elogiou ele pela atuação dramática (e ele já mostrou isso antes, em Click).
Primeiro que o filme abre com uma sequência meio psicodélica que acaba de uma maneira meio estranha, mas ok até então.
Quanta falação, meu Deus. As cenas da loja do personagem do Adam Sandler me deixaram desconfortável, o tanto de gente falando junto.
Eu admito que fiquei confuso assistindo no começo, pra mim parecia que a história demorou a engatar. Tem leilão, tem agiota, tem aposta. Não entendi muito bem algumas coisas, me perdi um pouco nos nomes e nas relações entre as pessoas, mas acabou que foi.
Não é um filme ruim. A atuação do Adam é boa. Vi em inglês — menos a infame cena em que ele fala que vai gozar, essa a internet me fez ver também na voz do famoso dublador dele.
Tive uma surpresa no final, mas parando pra pensar… deu mole demais né. O que a alegria não faz com a pessoa.
Ah, e tem a música dos créditos…
Graças a Deus teve um redesign. Com aquela aberração do primeiro trailer, esse filme ia ser uma desgraça.
É uma história divertida, o Jim Carrey tá excelente como Robotnik (ou Eggman, nome esse que foi citado de maneira bem espertinha no filme, inclusive). Não é uma história com camadas e com uma interpretação maravilhosa por trás, senão seria um filme da Pixar.
Teve umas referências sensacionais, tipo a menininha falando “gotta go fast” (suponho, já que vi dublado em português e ela diz “tenho que ir rápido” ou algo assim). Bem no começo do filme toca a música da cutscene inicial do Sonic Mania, maravilhosa. E ri um tantinho quando apareceu o retrato falado do Sanic, digo, Sonic.
Adorei o fato de que teve duas sequências em câmera superlenta. Deve ter baixado o preço do VFX pra imitar o Mercúrio.
Bom filme, espero que tenha uma continuação.
Curiosidade: teve uma galera mais jovem adulta (acho) que aplaudiu no cinema depois da cena entre créditos. (Mas foi boa mesmo.)
Eu falei abertamente que tinha perdido o interesse em ver esse filme por causa da violência gráfica. Mas a curiosidade foi mais forte.
É uma mistura de suspense, violência, um pouco de horror e um pouquinho de ficção científica. Já começa meio desconcertante, com os caixões sendo atropelados e tal. É um futuro próximo, a cidade some do mapa, gente sendo assassinada…
A história demora um tequinho pra engrenar de fato, mas quando vai… vish.
Uma ou outra vez eu me peguei pensando que isso poderia, com o devido tratamento, ser uma história tipo Black Mirror — e não pelo aspecto tecnológico (ok, tem uns celulares que são uma plaquinha de acrílico transparente, mas enfim), mas sim por ser aquele futuro desgraçado que você pensa “nossa que absurdo mas dependendo do andar das coisas poderia acontecer algo mais ou menos assim em algum tempo???”.
A história se passar no sertão nordestino é algo completamente alheio pra mim. Não moro no centro ou numa área rica mas ainda assim moro numa capital no Sul do país; eu realmente não tenho referência de como seria o cotidiano numa região dessa. E isso trouxe um efeito interessante, porque o filme vai te colocando naquela vivência, o povo todo reunido pro funeral, a única escola, o único hospital, enfim.
E é por isso que aquele museu é tão importante, manter a história da cidade é importante, manter registrado o que aconteceu no filme é um sinal de resistência daquele lugar.
Confesso que senti um pouco de falta de informações como: de quem são os drones ou quem tá naquele maldito ponto eletrônico ou o que levou a existir aquele passatempo desgraçado dos gringos com pontuação e tudo. Talvez esteja escondido ou até explícito no filme e eu não percebi por ser burro, ou não e nem é pra pensar nisso.
Eu tive que ver os últimos 40 minutos duas vezes. Na primeira assistida eu tava muito preocupado por antecipação (sabia que algo gráfico acontecia envolvendo cabeça e mão) e vi todo pausado. Mesmo assim, o suspense daquela sequência — sem música! — me deixou mais tenso ainda.
Na segunda vez deu pra seguir melhor o fluxo. Mas pelo visto eu ainda vou pensar um tanto nessa história.
P.S.: adorei a homenagem ao George Lucas com aqueles wipes de Powerpoint.
Na onda do Babu Santana no BBB, vi muita gente elogiando esse filme numa lista de filmes que ele fez.
É a história de um nordestino que vem pra cidade grande™ (foi gravado em Curitiba, aliás) e arranja um emprego fazendo comida. Paralelamente, também mostra ele sendo preso e tendo que se acostumar à rotina na cela, junto de mais uma pá de presos.
É interessante essa montagem dual, mostra a introdução e a evolução dele em cada um dos cenários. Livre, ele começa fazendo pastel, coxinha, e vai evoluindo e tomando gosto pela culinária, além de se envolver amorosamente com uma prostituta; preso, ele vai achando seu caminho pra começar a melhorar a comida pros companheiros de cela, sempre exaltando as qualidades dos temperos e alimentos.
Esse amor pela cozinha (bastante ressaltado pelos closes, pela câmera lenta e pela trilha sonora enquanto ele prepara os alimentos) me lembrou muito aquela parada de “cozinha de verdade” (me vem à mente a Rita Lobo): de transformar a comida num hobby, de resgatar o prazer e a paixão de cozinhar. Particularmente, com 25 anos, ainda não adquiri isso completamente, admito; um dia eu consigo, espero.
O Babu faz o maioral (céus, eu tenho 65 anos) da cela, é o cara que manda em todo mundo ali, dorme na cama mais alta do beliche (de três camas, aliás, algo que eu nunca vi pessoalmente). A reação dele à história do gorgonzola é sensacional.
Claro que, como tem a história dele preso, é meio óbvio que eu fiquei o filme todo pensando o que ele teria feito. E o filme amarra essa ponta muito bem, de uma maneira até que chocante, e acaba justificando perfeitamente o que é mostrado em seguida. Baita filme.
Eu conheci o John Green pelo YouTube, do Crash Course e, depois, do Vlogbrothers e coisas afins. Já tinha ouvido falar do livro de mesmo título, mas nunca tive vontade de lê-lo ou ver o filme — e só depois fui descobrir que ele era o autor. Mas recentemente dei uma chance ao último livro dele, Tartarugas até lá embaixo, e gostei, então pensei: por que não ver o filme do livro dele que mais estourou?
É a história de uma menina de 16 anos, Hazel, que tem câncer de tireoide e anda com seu cilindro de oxigênio o tempo todo, e participa de um grupo de apoio (que nem aqueles em Clube da Luta), e conhece um cara de 18, Augustus (“Gus”), que teve câncer nos ossos e por isso não tem mais uma perna.
Sim, é uma história de amor adolescente. Sim, eu assisti e gostei. Pois é, eu também fiquei um pouco surpreso. (Talvez até tenha chorado algumas vezes; ninguém viu, então não aconteceu.)
O filme mostra a relação entre os dois, a construção do amor entre eles, e a percepção deles da doença, da vida e da morte. Uma coisa que eu achei muito emocionante foi a relação e a dedicação dos pais da Hazel; quando ela tem um ataque e não consegue respirar direito, tendo que correr pra UTI, aquela foi uma cena que me deixou apreensivo.
Um dos pontos que mais me chamou a atenção foi o grande medo do Gus: esquecimento. Me lembrou algo que eu já tenho um pouco na cabeça desde que ouvi/assisti Hamilton, que é a ideia de legado: o que você fez de relevante, quem você marcou, que histórias vão contar de você, quem vai contá-las? Quando você para pra pensar, é uma questão até que importante; agora imagina quando você tem uma contagem regressiva constante como era o caso do Gus — melhor dizendo, todos temos essa contagem, mas ela fica lá escondida; você ter uma condição que te lembra constantemente disso deve ser inquietante demais.
Apesar de ser um filme romântico, não é tão meloso (era meu grande medo, que também tinha sobre o Tartarugas — não é tanto também), é triste até. A relação dos dois é tão bonita, mas a aceitação da realidade é bem forte neles também. Provavelmente por isso tenha sido tão especial, mesmo que com a tal contagem regressiva; o infinito entre dois números é uma boa metáfora mesmo.
Conheci esse pelo NerdOffice sobre o John Hughes, anunciado como um dos melhores filmes dele. Só tinha visto Curtindo a vida adoidado até então, mas já digo que realmente é excelente.
A premissa é até bem simples: cinco alunos de ensino médio tendo que ficar o sábado todo em detenção no colégio por alguma merda que eles fizeram. Cada um é de um grupinho diferente: o nerd, o atleta, a popular, o marginal, a estranha.
E, como a detenção é um negócio chato pra cacete, eles começam a se estranhar, porque ninguém fica de bom humor estando de castigo na escola no sábado. Tem todo um atrito entre o marginal e o diretor, que também tá lá com aquela cara de bunda, afinal é um sábado.
Mas depois de um tempo eles começam a se conhecer melhor, e começam a compartilhar experiências, opiniões, visões de vida, especialmente sobre como eles são tratados pelas próprias famílias.
Por que esse bandidinho se comporta desse jeito? Por que esse CDF é tão bitolado? Por que essa estranhinha se isola tanto? Nas próprias diferenças entre eles, existe em comum uma relação conflituosa com os pais, que ou cobram demais ou ignoram demais.
Mesmo sendo de tribos™ completamente diferentes, começa a rolar uma cumplicidade entre eles, que acaba culminando em eles revelando o que aconteceu pra irem pararem lá. Eles se conectam de tal forma que acaba virando uma grande terapia. Eles se confidenciam, se descobrem, se aliam… pelo menos até a próxima segunda-feira…
É um filme excelente, o texto e os atores são ótimos. É um baita mergulho na cabeça adolescente e, mesmo sendo de 85, não me parece tão datado. (Tá, tem algumas coisas bem clichês de filme adolescente que não seriam necessárias hoje…)
Aliás, não tem como eu não fazer relação com o meu próprio emprego (professor de ensino médio); esse filme me proporcionou algumas reflexões importantes.
Observação: Assisti dublado (pra manter o espírito anos 80), com a segunda dublagem, da Trix Brasil (não é a da Netflix). Fui nessa porque vi que era a mais elogiada.
Eu não sei nada da história do Elton John. Eu nem saberia dizer alguma música dele, a não ser (olha só) “Rocket Man”, que ouvi pela primeira vez na voz do Danny Sexbang, do Ninja Sex Party. O pouco que sei dele tem a ver com piano, os óculos e as roupas. Também vi um Carpool Karaoke com ele (ele chamando não sei quem de “bitch” me quebra).
Cenário perfeito pra eu ver um filme biográfico dele.
Esse filme saiu pouco depois do Bohemian Rhapsody, aquele filme do Queen com a conversa toda picotada. Eu assisti o do Queen no cinema, adorei, mas depois fui ver e realmente muita coisa foi mexida. Já vi alguns dizerem que é um filme ótimo pra fãs das músicas, mas não necessariamente pra fãs do Freddie, ou da banda.
O filme do Elton John vai numa linha mais ou menos similar: começa com algum evento no futuro, pra fazer uma viagem pelo que veio antes daquilo, e culminar no mesmo ponto no final. Creio que as diferenças são o uso dos flashbacks e das músicas, que ajudam a contar a história — e são cantadas pelos atores!
A atuação do Taron Egerton é excelente, e ele canta muito bem, inclusive. Não ficou nada caricato (como certas dentaduras), e deu um tom bem forte em alguns momentos. Nem parece aquele cara do Kingsman.
É uma ótima história, com boas atuações, e (de uma perspectiva extremamente limitada, a minha) creio que mostrou muito bem alguns eventos da vida do Elton John. De quebra ainda passei a conhecer novas músicas velhas.
Que putaria do caralho.
É a história de um cara, corretor da bolsa de valores, que enriqueceu pra cacete e encheu o rabo (não o dele) de droga (talvez o dele também) e estragou a vida.
Não sei se mostra com fidelidade o ambiente financeiro, não faço a menor ideia de como funciona a bolsa e tal, mas se for próximo mesmo da realidade, rapaz… me pergunto como o povo consegue sobreviver.
O filme é bem bom, as atuações são ótimas, e mostra bem a evolução e a decadência da vida desse cara. A parte da comédia absurda é bem presente (o filme começa com arremesso de anão, pelo amor de Deus). Cenas que eu achei maravilhosas foram ele todo zoado tentando entrar no carro depois que bateu o efeito do remedinho especial e, mais pro fim, a briga dele com a esposa — que quase acaba como uma cena de Breaking Bad, da briga do Walter com a Skyler em “Ozymandias”.
É uma grande celebração da vida maluca e desgraçada do cara? Creio que não. Acho que essa briga deixa bem claro que o cara tá arruinando a própria vida e, principalmente, a da esposa e dos filhos, apesar de (na cabeça perturbada dele) ele achar que tava tudo certo, tentando salvar os amigos e tal. Não sei da vida do Jordan Belfort real, se ele pessoalmente se redimiu — só sei que, ao procurar trechos do filme, descobri que aparentemente o cara tem um canal no YouTube (???).
P.S.: Tava um pouco sem saco pra ver um filme de três horas, mas até que foi (com uma ou outra pausa). É coisa do Scorsese isso de filme gigante? Porque tem aquele Irlandês também né, três hora e pouco…
Já tinha visto o último Oscar e sabia que esse filme foi bastante comentado pelo uso de cortes e transições invisíveis, que faziam ele parecer um único take.
O que eu não sabia é que esse não era o único primor técnico desse filme, e o quanto esse recurso te prende absurdamente na história. O enredo em si é bem específico: Primeira Guerra Mundial, dois jovens cabos (a Wikipédia me diz que o termo certo é “anspeçada”) têm que levar pessoalmente uma ordem pra que um grupo de soldados ingleses não invadam uma certa área, porque é uma armadilha dos alemães; se eles insistirem em invadir, dentre os mortos haverá o irmão de um dos cabos.
E lá vão eles. A presença da câmera, constantemente com eles, ora atrás, ora na frente, torna aquilo mais íntimo, mais pessoal. Claustrofóbico, quando dentro das trincheiras e túneis, e impactante quando vai passando rente ao chão pelos cavalos e pessoas mortas, jogadas como se fossem nada. Eu fiquei genuinamente preso nos momentos mais tensos, como o do túnel, ou o do avião.
De elenco mesmo tem pouca gente, tem lá os atores que fazem os cabos (um jovem Stephen Merchant e o outro que eu vi alguém falando que era um jovem DiCaprio, não sei se concordo muito) e mais uns atores famosos em papéis secundários (o Cumberbatch, o padre da Fleabag, uns dois caras do Kingsman). Eu vi alguns textos dizendo que esse artifício da câmera contínua não fez a gente criar uma ligação com esses personagens, o que eu não sei se concordo muito. A gente não cria uma ligação porque o foco é nos mensageiros, é mostrar todo o trajeto e o efeito da guerra que eles encontram ao longo do caminho. Na cena do avião, a amizade desses caras é demonstrada de maneira (pra mim) bem eficiente.
Fora a cinematografia, a trilha também te prende, o trabalho dos cenários é inacreditável (especialmente na Terra de Ninguém, mostrando os corpos todos)… Me pergunto quantos figurantes esse filme teve.
Mais um que eu conheci pelo NerdOffice. O Azaghal elogiou tanto que coloquei na lista pra ver.
Um cara tem uns dias pra voltar pra casa a tempo do feriado de Ação de Graças, só que dá tudo errado, voo atrasa e ele passa o tempo todo grudado com um vendedor tagarela de anéis pra prender a cortina do banheiro. Eles têm que usar diversos meios de transporte pra tentarem chegar em casa a tempo da celebração do feriado.
É um filme bem Sessão da Tarde, divertido. Confesso que não ri loucamente, exceto na fatídica cena citada pelo Azaghal no programa, em que o vendedor tá dirigindo e…
Que cena inacreditável. Completamente aleatória e melhor ainda do que os poucos frames que apareceram no NerdOffice.
Assisti dublado, por ser um filme velho. Achei curioso que, na cena do cara tentando alugar um carro, na hora que a atendente vai responder “you’re fucked” a dublagem fica sem áudio. Pensei que ou tiraram mesmo ou na época dublaram com alguma coisa tipo “você tá frito”.
Eis que, procurando a cena do carro que eu linkei acima, aparece essa cena do aluguel e ela tem nada mais nada menos que DEZENOVE variações de “fuck”, e aparentemente o filme só é R-rated nos EUA por causa disso. (Infelizmente a dublagem deu uma aguada monstruosa nessa sequência de palavrões.)
Fazia tempo que eu não via um filminho de herói. Mas esse já tava na lista há um tempo, e achei uma boa hora pra assistir.
Eu já tinha visto o personagem Pantera Negra, Wakanda e parte dos outros personagens nos últimos filmes dos Vingadores (Guerra Infinita e Ultimato), mas não sabia muito do contexto: Wakanda é um país africano com construções e tecnologias inacreditáveis baseadas em vibranium, que se mantém escondida dos outros países para proteger seu povo.
Li aqui que tem um pouquinho da história (a morte do pai do T’Challa) em Capitão América: Guerra Civil, que não vi ainda. Resolvi ver o filme sem me atentar a isso.
É um bom filme, extremamente bonito e com uma trilha sonora diferente e bem boa. Os personagens são ótimos, gostei bastante do Killmonger e da Shuri. Tem também o Andy Serkis fazendo um personagem humano, algo surpreendente.
Achei interessantes os pontos levantados no filme sobre colonização, isolamento e tratamento do povo de Wakanda por parte dos outros países, e obviamente, o espelho com o mundo real. Especialmente a discussão sobre se isolar e preservar os recursos e tecnologias vs. se mostrar e auxiliar outros países mas ficar suscetível a invasões.
Eu não vi todos os filmes do MCU, mas frequentemente se diz que os vilões não são lá grande coisa. Vi gente elogiando bem o Killmonger e a atuação do Michael B. Jordan, e concordo. Aliás, parece que foi colocada só no filme aquela coisa de ele ferir a pele e gerar uma cicatriz pra cada morte que ele causou; foi um bom elemento, parece bem desconfortável.
Acho que é o primeiro de suspense ou “terror” que eu assisti. Foi muito elogiado, e já fazia tempo que eu tinha curiosidade. Mas enrolei bastante porque vi que o filme tinha cenas de mutilação de olhos e dedos (a do olho é fora da câmera, e não tem de dedos). Apesar de ter visto um artigo que dizia que tá tudo de boa, não dá susto nem tem gore, ainda fui um pouco ressabiado. Tem um pouco de gore, mas é num ambiente mais… científico?
É a história de um cara negro que namora uma menina branca, vai passar um fim de semana na casa de campo dela, com os pais e o irmão dela. Só que tudo naquela casa te deixa desconfortável: os pais falam de um jeito um pouco estranho, o irmão começa a fazer umas perguntas específicas, os empregados (negros) agem de maneira bizarra.
Aí depois tem uma festa com um monte de véio branco que faz umas perguntas muito específicas e estranhas e você fica “mas que caraio”. E aí tem um convidado negro, com roupas de época. Ali que a coisa vira.
Eu realmente fiquei tenso. Ok, eu não assisto filmes de terror e suspense, então minha referência de tensão é mal calibrada. Até tinha tomado uns spoilers antes de ver o filme, mas mesmo assim, eu não sabia da parte principal e do final.
As atuações são excelentes, pelo amor de Deus. A mudança de comportamento de uma personagem num ponto do filme, meu Deus, que raiva daquela pessoa desgraçada. Até o amigo do cara, que é obviamente o alívio cômico, é sensacional.
Obviamente o filme trata de relações racistas, mas (como vi gente comentando) não é a discriminação de um negro por ser considerado inferior, mas sim por ser considerado superior, uma coisa eugênica, só que não da forma que a gente geralmente pensa. Achei bem interessante. Baita filme.
Conheci esse filme pelo Dublaralho com o Jovem Nerd. (Sim.) É o primeiro do Studio Ghibli que eu assisti (não lembro se vi algum quando era criança e, se vi, esqueci); felizmente a Netflix adicionou todos em fevereiro (provavelmente haverá mais alguns nesta lista no futuro).
Achei um filme muito bonitinho. A história é de Kiki, uma bruxa criança que vai pra cidade morar sozinha ao completar treze anos, seguindo a tradição das bruxas. Ao chegar, ela acaba arranjando um emprego numa padaria, fazendo entregas voando de vassoura.
Mostra a passagem pra adolescência da Kiki, ela descobrindo como a vida adulta pode ser triste, trabalhando melhor a sua vocação. É uma história bem simplesinha, mas é bem bacana.
Um filme de espionagem, com muita luta, uma pá de perseguição de carro e uns timelapses de ruas vistas de longe à noite.
Eu não prestei muita atenção no começo da história então me perdi um pouco em alguns nomes, mas fiquei com preguiça de voltar e ver tudo de novo. Em resumo, a Charlize Theron é uma espiã que tem que ir atrás de uma lista vazada com nomes de agentes duplos. O contexto do filme é o fim da Guerra Fria, perto da queda do muro de Berlim.
A conclusão desse plot dos agentes duplos no fim do filme me deixou um pouquinho “ué? era pra eu estar esperando isso, não entendi??? peraí… ein?”, mas é porque eu não prestei atenção, presumo.
O filme tem uma trilha sonora bem boa (já começa com aquela música do próximo filme da Mulher-Maravilha), e as cenas das lutas são muito boas (aquela da escada é sensacional). Eu é que me perdi na história mesmo.
Eu não vi nenhum dos Mad Max anteriores, mas mesmo assim resolvi ver esse filme. Todo mundo elogia, e eu já tava interessado em ver desde que li sobre a decisão do diretor e da editora de fazer sempre takes “centralizados” pro público não ficar perdido com tanto corte.
O filme se passa num futuro de merda onde tem um tirano controlando tudo, explorando sexualmente mulheres pra terem filhos e fornecerem leite materno e regulando até a água, e tem uns lacaios que acham que vão pro paraíso por se sacrificar por esse cara. Aí tem a Imperatriz Furiosa (sensacional) que se rebela e escapa com umas meninas que tavam grávidas do tirano lá, coincidentemente almejando um outro paraíso.
Mano, que trabalho incrível com o tanto de veículo e dublê pulando, dirigindo, batendo carro, tacando coisa, pendurado numas estaca… E olha, não fica confuso de ver mesmo. E é quase tudo efeito prático, é inacreditável.
No começo do filme, aparece uma tatuagem nas costas do personagem do Tom Hardy (o Max do título, olha só) dizendo que ele tem “alta octanagem”, e olha, o filme é isso aí memo: caótico, acelerado, cheiro de gasolina… e, meu Deus, quanta areia, imagina o inferno pra tirar tudo isso do corpo (até atacou a rinite aqui).
Esse é aqui é um clássico da infância de muita gente, mas não foi da minha. Nunca tinha visto, e não aproveitei pra ver quando saiu Universidade Monstros (que ainda não vi também).
Tava enrolando pra ver até que uns amigos resolveram ver comigo num servidor do Discord. Foi uma experiência interessante, apesar de que presumo que eles talvez quisessem presenciar minhas reações, que não foram tão expressivas assim. Não que o filme seja ruim, pelo contrário.
É uma história bem bacana; Mike Wazowski é o melhor personagem, certamente. Vi dublado, obviamente, então fui presenciado com diversas localizações e adaptações da nossa querida dublagem brasileira com sotaque carioca.
O engraçado de só ver esse filme quando adulto é que eu já conhecia várias cenas, obviamente, como a piada do “eu tô na TV/capa da revista”. Mas outras aconteceram e enquanto isso eu lá no fundo só lembrava das piadas que eu vi, que nem quando o monstrinho morde a mão do Mike: eu só conseguia pensar “alá o gemidão do zap kkkk”.
Nem planejava assistir, uns amigos decidiram ver no Discord e eu embarquei.
Conheço bem pouco a banda e o Jack Black, e certamente devo ter perdido alguma piada interna, mas é um filme divertido. Tem um pouquinho de humor peido e humor maconha, mas nada irritante.
Em resumo: é a história de como o Jack Black quer atingir o estrelato tocando rock, encontra um mentor, que na real é um fudido, mas aí eles descobrem que tem uma palheta que vai trazer o sucesso, vão atrás dela e é óbvio que a palheta é do diabo.
É divertido e as músicas são boas. Tem a música do balcão de informações do Sr. K.
Eu só lembrava de ter visto o primeiro filme quando era menor, aquele que tinha o Mr. Bean. Também só fui descobrir muito tempo depois que o diretor é o mesmo cara que dirigiu Guardiões da Galáxia.
É um filme divertido, assisti com amigos de novo, então dá pra ficar zoando. O CGI é aceitável (é um filme de 2004), a dublagem brasileira é boa. A produção do filme não parece tão barata (tem uns cenários bacanas). Até tem umas cenas bem infames (Salsicha bombado, Salsicha com peitos), mas né, é um produto da sua época™.
Tranquilo pra passar o tempo sem pensar em muita coisa.
Outro que eu não sei se já tinha visto inteiro e, se tinha, não lembrava.
Tem Jim Carrey no papel de um cara que enlouquece, então já dá pra prever bem. É um filme decente, a dublagem brasileira contribui. As loucuras visuais que a máscara proporciona são muito boas, especialmente as distorções típicas de cartoon.
O roteiro é aquilo né, o cara tímido, “nice guy” que muda radicalmente de personalidade quando põe uma máscara e fica anônimo. Imagina se ele tivesse acesso à internet.
Tem uma música que toca no MRG também.
Esse também é do Taika Waititi, que fez Jojo Rabbit (que eu vi no começo do ano). É um mockumentary sobre a vida de quatro amigos vampiros que moram juntos em Wellington, Nova Zelândia.
O “documentário” mostra a rotina deles, as amizades, as saídas à noite pra conhecer gente e conseguir virgens pra obterem mais sangue. No meio desses processos eles acabam transformando em vampiro um cara que não conseguiu fugir, e que passa a conviver com eles, mas só arranja problema, porque sai contando por aí que é vampiro.
Também mostra o passado deles, como o problema que um dos vampiros tem com “A Besta”, antagonista antigo. Mais pro fim do filme tem um baile que reúne todo tipo de criatura “profana”: vampiro, zumbi, bruxa, enfim. Tem treta dos vampiros com lobisomem também.
É um filme engraçado. Não de se mijar de rir, necessariamente, mas é bem escrito, tem umas piadas visuais muito boas, especialmente com a parada de esses vampiros poderem levitar.
O primeiro de terror dessa lista. E um dos primeiros da minha vida (se não o primeiro). Eu não curto a ideia de assistir filmes de terror.
Me convenceram dizendo que era terror psicológico, que não tinha gore e jumpscare. E praticamente não tem mesmo, então menos mal. Mas mesmo assim eu conferi na internet os tempos de possíveis sustos e que tipo de violência gráfica que tinha, porque eu sou covarde. (Tem uma alusão a algo bem desgraçado no começo do filme, mas não chega a ser mostrado.)
É uma família que tretou com a igreja da época e foi morar sozinha no meio do mato. Pai, mãe e cinco crianças. Bem no começo, o menor deles (um bebê) é sequestrado. A história parte desse sequestro do bebê e do luto da família e vai desenrolando pra uma rede de desgraça, é gente jogando a culpa um pro outro, é criança brincando com bode, é cabra dando sangue em vez de leite, é pai querendo prostituir filha, é gente tendo alucinação…
Toda a ambientação do filme, os lugares, o fato de se passar em 1600 e pouco, com os personagens falando inglês antigo, é muito interessante. O pacing do filme é regular, não é frenético, o que eu não sei se é comum em filme de terror, porque né, pode servir pra te distrair e te dar susto. Tem uns takes muito bem feitos; um que se destaca na minha opinião é aquele do corvo com a mãe: a decisão de manter a câmera centralizada e parada é muito incômoda (correspondendo ao teor da cena).
Não tem nenhum ator/atriz que eu conhecesse, exceto a menina que fez Fragmentado, que faz a filha mais velha. Mas a atuação de basicamente todo mundo, especialmente as crianças, é excelente. O ator que faz o filho de uns dez anos tem uma cena que pelo amor de Deus, eu acho que fiquei com baixa saturação assistindo, de tanto que prendi o ar.
Eu não entendi porra nenhuma.
Me recomendaram ver esse filme sem procurar nada. E realmente eu fiz isso, o máximo que eu sabia era que tinha o Robert Pattinson, o Willem Dafoe e um farol (cê jura).
O filme é em preto e branco e é praticamente quadrado, então já tem uma estética™ mais diferente. É a história de dois caras que tão em alguma rocha em algum lugar dos Estados Unidos cuidando de um farol. Eles bebem pra cacete, falam “aye”, bebem mais, comem lagosta, bebem mais, fazem tarefas, bebem mais… Não surpreende eles começarem a enlouquecer.
(E terem fetiches. Contei pelo menos uns três ao longo do filme todo.)
P.S.: Obviamente menti ali no começo. Acho que entendi um pouquinho.
Um clássico da infância de quem nasceu nos anos 80. Eu não nasci, logo não tinha visto até então.
É um filme do Tim Burton, mas pra mim isso significava apenas que a galera usava maquiagem gótica e tinha o Johnny Depp, então não tinha muita noção.
É um filme bacana, com uma produção muito bem-feita. Cenários, efeitos visuais, efeitos práticos, stop motion; seria outra coisa com o CGI “fácil” de hoje, e talvez não tivesse tanto apelo.
O Beetlejuice é excepcional, eu não fazia ideia do que ele era (só sabia do negócio de falar o nome dele três vezes, e de um “besouro suco” que teria ficado na tradução — ficou? não sei). O Michael Keaton é muito bom, completamente doido.
Tem Winona Ryder adolescente gótica, tem música do Danny Elfman, tem o diretor do Ferris Bueller, tem o povo possuído pelo ritmo ragatanga na mesa de jantar… É um filme legal de ver, ainda mais no mês do Halloween.
P.S.: Tim Burton tem alguma preferência com olhos?
Esse aqui eu vi porque acabou de sair o 2.
Conhecia o personagem só por uma imitação do inglês dele que a Sra. Jovem Nerd fez em algum Nerdcast. Também sabia por alto da ideia do filme, de usar reações reais de pessoas que não sabiam que era um personagem, por causa de alguma menção pontual (com tom de crítica) que o Captain Disillusion fez, em algum vídeo que tô com preguiça de procurar.
Então… Não achei lá essas coisas.
Talvez seja o meu humor do dia, mas eu não sei, eu sempre fico com pé atrás de material filmado sem aviso prévio, que envolva constrangimento e tal. Hoje em dia eu rio de câmera escondida do Silvio Santos, por exemplo, mas quando eu era menor eu não costumava achar tanta graça (gosto adquirido, quem sabe?). Talvez seja porque eu fico pensando caso acontecesse algo assim comigo, de assinar uma cessão de direitos de imagem e ser “ludibriado” permitindo potencial exposição mundial, não sei. (É algo pra levar pra vida: atenção aos contratos que você assina.)
Bem, a grande premissa do filme é essa: o Borat é um repórter do Cazaquistão, em campo nos EUA pra aprender o melhor da nação e levar de volta pra casa. E a maior parte dos participantes não sabe que é uma piada. E isso causa desconforto. Não um desconforto igual ao dos maravilhosos “Dinner Party” e “Scott’s Tots” de The Office. Neles, você fica morrendo por dentro enquanto assiste, mas no fundo, sabe que todos são atores.
Quando o Borat e o outro cara saíram correndo pelados pelo hotel e se atracaram no palco de uma convenção, por exemplo, talvez eu tivesse que ter desligado o bom senso e rido um pouco, admito. Mas só fiquei “putz”.
Enfim, é um filme de 2006, então tem muita coisa datada. O plot principal é o Borat cruzando os EUA pra tentar casar com a Pamela Anderson, que ele viu em Baywatch!!!
Claro que são os EUA, então estão lá os famosos preconceitos e problemas da América™. 2006, Bush, guerra ao terror. Admito não lembrar muito (tinha 11 anos de idade e não me liguei muito nesses assuntos). Certamente vai ter algo comparável no filme que saiu hoje, em meio a Trump e pandemia.
Eu imagino que deva ter alguma cena do mesmo nível do rodeio. Pode ser interessante. (Mesmo que eu não ria.)
Eu assisti a continuação logo após ter visto o primeiro.
Dessa vez tem a filha dele em vez do assessor. A menina manda bem. Tem uns momentos típicos de filme “menina feia que muda de visual e fica bonita”, com ela de maquiagem, com roupa nova, e aprendendo a ser uma sugar baby com uma influencer de Instagram. É outra época mesmo.
Não dá pra dizer que decepcionou. Tem a loucura típica dos EUA de 2020: convenção conservadora, evento no Texas, conspiradores, negacionistas.
Tem uma ou outra piada que eu achei óbvia demais, tipo a menina dizendo que o pai dela é o homem mais esperto “de toda a Terra plana”. Essa aí tava fácil de fazer.
É louco que o Trump já é uma piada tão grande que o plot do filme começa focando no Mike Pence.
O ápice do filme, é claro, envolve uma fatídica cena com o ex-prefeito de Nova York e advogado do Trump, Rudy Giuliani. Não vou falar o que era (o filme saiu ontem!), mas parecia que eu tava vendo aquelas câmeras escondidas que o CQC fazia nos Omegle da vida. Tenso o negócio.
Eu percebi que eu sabia pouquíssima coisa desse filme. Já tinha visto inúmeras referências, ao logo, à música, ao fantasma verde que aparentemente não se chama Geleia, aos efeitos visuais, ao uso de câmera lenta e rápida pra compensar a escala dos modelos… Mas eu realmente não tava preparado pra um plot que tratava de ocultismo e deuses e demônios de outras culturas.
É um bom filme, gostei. Não vi o reboot de 2016 com as meninas do Saturday Night Live (nem sei se vou ver). (Aliás, esse filme original também tem gente do SNL da época — o cara que faz o Ray é do elenco original de 1975.) A produção é muito boa, eu fiquei bem surpreso com vários dos efeitos visuais — a rua rachando foi inesperadamente sensacional.
Aquele carro de funerária que é o Ecto-1, puta merda. Baita carro assimétrico, não sei porque achei engraçado.
Eu não tenho certeza, mas esse filme foi vendido como infantil na época que saiu? Porque assim, né, além dos demônios e tal, tem literalmente um boquete fantasma.
Se bem que é um filme dos Anos Oitenta™…
Mais um do Studio Ghibli. Tem bruxas, magia, teleporte e um fogo que fala (cuja voz brasileira é bem engraçada). É a história de Sophie, uma menina que faz chapéus e, por conhecer brevemente um menino lá, acaba recebendo uma maldição que deixa ela como uma velha de 90 anos.
Sophie vai atrás de um jeito de desfazer essa desgraça e encontra um espantalho muito simpático, que faz ela entrar no castelo robótico steampunk andante com pernas de galinha do mago Howl, que come coração de mocinhas diversas pela cidade. Ela conhece o menininho Markl e o fogo falante Calcitran Calcifer, que é um demônio que faz o castelo andar.
É uma história bacana que fala de envelhecimento, compaixão e pacifismo (tem uma guerra rolando na cidade). Também fala de egoísmo em alguns pontos: por exemplo, numa parte lá, o Howl fica triste porque pintou o cabelo acidentalmente e “ficou feio”, e começa a derreter em gosma de tanto drama. É um adolescente.
Pra fugir do alistamento militar, o Howl convence a Sophie a pagar de mãe dele, fazendo ela ir no castelo do império falar com o rei, e nisso ter que subir uma escadaria de 853 degraus no sol (carregando um cachorro gordo). E os guardas nem pra ajudar a velha.
O segundo da Trilogia do Cornetto do Edgar Wright, o primeiro dela que eu vi. Já conheço um pouco do trabalho do Edgar Wright (Baby Driver e Scott Pilgrim), mas só sabia pouco desses três filmes, que são com o Simon Pegg (aquele editor daquele episódio de Doctor Who) e o Nick Frost (o Papai Noel daquele outro episódio de Doctor Who).
É um filme de tiras. O personagem do Simon Pegg é um policial tão ótimo que tiram ele de Londres e jogam ele numa vilazinha do Reino Unido pra correr atrás de ganso. Um cara com uma ética de trabalho impecável, deu até inveja.
É tecnicamente bem feito, em questão de edição e efeitos visuais. Tem bastante piada visual com cortes na edição, inúmeros smash cuts, usa bem de velocidade/passagem de tempo em vários trechos (apesar de da metade pra frente ficarem um tiquinho repetitivas as técnicas).
Aí, do nada, começa a morrer gente. E ele vai investigar. E ninguém acredita nele. E aí é que o filme me surpreendeu porque eu não tinha a menor ideia do que aconteceria. Eu não achava que ficaria tão investido na história de um filme de comédia.
P.S.: Eu sei que é um cisne.
O primeiro da Trilogia do Cornetto. É uma paródia de filmes de zumbi, mas se sustenta como filme próprio, já que gostei mesmo sem eu ver esses filmes e saber os clichês. (Na verdade, eu já havia visto um filme de zumbi: Zumbilândia.)
É um filme de invasão zumbi, mas os protagonistas são bem lerdos pra perceberem. A casa deles é uma zona, um deles só sabe peidar e jogar videogame, o outro tem um emprego de merda onde tem que treinar estagiário adolescente. E ainda tá com o namoro despedaçando porque só sabe levar a menina no mesmo boteco.
Assim como no Hot Fuzz, a montagem e os cortes rápidos são muito bons, contribuem muito pra comédia visual. Eu já tinha visto algumas cenas muito boas desse filme, como a dos caras batendo no véio zumbi ao som de “Don’t Stop Me Now”.
O terceiro da Trilogia do Cornetto. Me falavam que esse é o mais fraquinho. Realmente, ele é bom mas não tanto quanto os outros dois. Edgar Wright deu uma viajada no roteiro.
O personagem do Simon Pegg é um alcoólatra, que ainda acha que tá na adolescência, e resolve juntar os amigos do colégio (que agora tão sérios, têm um emprego, família) pra tentarem refazer um percurso enchendo a cara ao longo de 12 pubs da cidadezinha natal deles, terminando no “The World’s End”.
A galera vai relutante, mas começa a animar e relembrar o passado, e então acontecem coisas muito estranhas que forçam eles a terminarem o percurso. Eu vi sem ter lido as sinopses, então não sabia que coisas eram essas, e fiquei surpreso. Que viagem.
Apesar de ser um roteiro mais fraco do que os outros, também é tecnicamente bem feito, especialmente a coreografia de várias lutas que acontecem, com um monte de gente (e com uns efeitos especiais por cima também).
Lá pelo começo do ano eu não tinha intenção de ver esse filme. Não costumava ver musicais e coisas do tipo. Aí, ao longo do ano, especialmente depois de ver a gravação oficial de Hamilton, acabei vendo algumas gravações (não oficiais) de outros musicais e aceitei mais a ideia. Além disso, não conhecia muito o trabalho do Ryan Gosling e da Emma Stone, mas vi eles atuando em duas oportunidades (uma do Ryan e outra da Emma) que me convenceram. Ótimas atuações.
O filme em si é uma história de uma aspirante a atriz e um pianista de jazz que querem seguir seus sonhos em Los Angeles, e começam a se esbarrar pela vida. Não é necessariamente uma história densa ou que tenha plot twists desgraçados.
As músicas são bacanas, a coreografia também, os figurinos formais têm uma coisa meio anos… setenta, eu acho? É um bom filme pra passar o tempo.
Pra mim, especialmente foi relevante a linha temática de querer seguir sonhos mas acabar se frustrando, que acontece com ambos. Será que vale a pena continuar, mesmo sabendo que ninguém vai ver? Ou é melhor abrir mão até outro ponto mais oportuno, ou até mesmo largar tudo?
Eu conhecia Monty Python por causa do Flying Circus há um bom tempo atrás, apesar de não ter visto muita coisa, mas enrolei bastante pra ver os filmes.
Esse brinca com a história do Rei Arthur (a qual eu não lembro talvez nem conheça direito) e o cálice sagrado (cê jura), e tem uma boa dose de loucura, bem na linha do que eu tinha visto no Flying Circus.
Foi meio que um “fechamento de ciclo” porque me fez ver, agora em contexto, referências que eu cresci vendo na internet, como os Cavaleiros que Dizem Ni, “just a flesh wound” e o cara correndo infinitamente.
Infelizmente eu já sabia do final mas é engraçado e absurdo de qualquer forma.
P.S.: Este texto obviamente ficou uma bosta. Por motivos, eu enrolei e acabei esquecendo de escrevê-lo. Só lembrei hoje, dia 3 de dezembro. (E ainda tô no 35º filme dos 50… ê beleza)
O filme de ação favorito da garotada hoje em dia, eu acho.
Eu me perdi um pouco na história por distração mesmo, então a culpa é minha. Enfim, o John Wick é um ex-assassino de aluguel que volta a matar todo mundo porque um bando de jovem criminoso quer comprar o carro dele e ele não quer vender aí os jovens vão lá e estragam a casa e o carro e matam o cachorro dele.
E aí basicamente esses caras tão fudidos.
Tem toda uma mitologia sobre o John Wick, do quão desgraçado ele é, que matou uns caras com um lápis e tal. Tem aquela cena que o Corridor Digital corrigiu, em que ele sozinho dá conta de sei lá quantos figurantes. E é só o começo.
O filme apresenta o Hotel Continental em Nova York, que não deixa ninguém matar ninguém dentro, apresenta as primeiras máfias que o John Wick tem que enfrentar… Foi aí que eu me distraí um pouco e tive que conferir um resumo na Wikipédia depois.
Gostei muito da parte visual, muita luz colorida, umas boas sequências de luta e tiro, muito bem feito mesmo.
Algumas horas depois de ver o primeiro, vi o segundo. Nesse, prestando mais atenção, consegui pegar melhor o plano de fundo da história. Nesse, o John continua tendo que matar gente depois de matar gente no primeiro, e aí um cara lá de uma escala mais alta da máfia, vai cobrar um favor que ele devia, que acaba sendo ter que matar a irmã desse cara porque ela está na Alta Cúpula e ele quer o lugar dela.
Aí ele vai pra Roma, tem o Continental em Roma, perguntam se ele quer matar o Papa (hue)… A cerimônia de coroação da irmã do cara na Alta Cúpula parece um show do Alok.
O John chega na irmã dele, que sabe que vai morrer então se mata (inclusive, agoniazinha pois envolve lâminas e cortes — mal sabia eu o que viria no terceiro filme). E aí é claro que o irmão tenta fazer com que matem o John por “vingança” pela morte da irmã.
Tem umas cenas muito boas, principalmente a da sala de espelhos. Deve ter sido um inferno filmar aquilo.
Esse filme, por já estar inserido numa franquia, expande coisas do primeiro que eu tinha deixado passar, e já deixa um gancho (muito bom) aberto pro terceiro.
Logo depois dos acontecimentos do segundo filme, o John tem que correr pra pegar umas coisas, tomar um banho e pagar umas conta antes de começar oficialmente o período dele excomungado, ou seja, não tem imunidade nenhuma no Continental e tá todo o mundo (“todo O mundo” mesmo, várias gentes de vários países) querendo matar ele pra pegar a recompensa.
Tem umas baita cenas de luta nos momentos iniciais do filme (alerta: lâmina perfurando olho), ele mata todo mundo (obviamente), e consegue despistar e pedir ajuda pra uns conhecidos.
Várias pessoas ajudam ele a fugir pro Marrocos, e logo depois essas várias pessoas são perseguidas e punidas por gente da Alta Cúpula (alerta: mais lâminas – eu tenho a impressão de que, por ser o terceiro filme, eles precisaram aumentar um pouco o nível de gore).
No Marrocos, ele consegue falar com um cara acima da Alta Cúpula, faz uns juramentos lá, e tem que voltar pra NYC pra resolver uns problemas. Mais tretas, lutas, sala de vidros, sala com laser, e no final, acaba que o status de protegido do Continental é perdido. Mas depois recuperado. (eu tô lendo o resumo da Wikipédia de novo, desculpa)
É uma história interessante sobre o fascínio de um jovem (que eu achava que era apenas fictício) por aviões e engenharia. Se passa desde o fim da 1ª Guerra até o começo da 2ª, onde o Japão ainda não era a junção de tradição e modernidade.
É interessante porque tem a perspectiva do diretor, Hayao Miyazaki, que até onde sei, gosta muito de aviões mas não gosta nada de guerras. Perspectiva essa que é bem explicitada no filme quando o Jiro se questiona quanto à utilização dos aviões, e o ídolo dele diz no sonho que o que importa é a beleza deles, apesar do uso em guerras.
Escrevendo isso agora, me lembra um pouco do constante questionamento ético do progresso tecnológico, especificamente do caso de Fritz Haber, que montou um processo mais eficiente de obtenção da amônia, que é usada pra fabricar fertilizantes, mas também explosivos — numa época bem próxima da 1ª Guerra Mundial (na qual o Haber desenvolveu o uso de algumas armas químicas).
Nos dois casos, o progresso foi importantíssimo, mas as aplicações colaterais foram desastrosas. É perfeitamente válido se dedicar, estudar, praticar pra atingir um sonho ou objetivo, mas é bom tentar ter em mente o que isso pode causar mais adiante.
Eu achava que não tinha visto algumas coisas sobre esse filme, mas parece que já tinha visto e esqueci. O que foi bom, porque parece que eu não sabia de quase nada (heh). Em resumo: o personagem introvertido do Jim Carrey conhece a Billie Eilish, extrovertida, legalzona, e começam a namorar. Tempos depois, ela larga dele e vai num serviço que apaga gente da memória, e ao descobrir que ela apagou ele da memória, ele vai atrás também e apaga ela, mas acaba relutando no meio do processo.
Quanto à parte técnica do filme, excelente: diversas interpretações visuais de memórias sendo apagadas, cenários desmoronando e desaparecendo, muito bom. Achei a música meio cômica em alguns pontos, mas passava, porque esses pontos não eram exatamente dramáticos.
Essa parada de querer deletar alguém da mente é algo que (se existisse de fato) seria extremamente delicado. Por um lado, puf!, acabaram os problemas, as irritações, os traumas (especialmente em casos mais críticos); por outro, é parte da sua história, (in)felizmente foi algo que formou o que você é hoje, apesar de tudo. É uma história bem triste, e eu sinto que eu teria uma sintonia maior com ela se já tivesse levado um pé na bunda.
Não é exatamente o mesmo tópico, mas tem um pouco a ver com o ponto principal de Divertida Mente. Tem que ter o ruim, o triste, pra compensar o bom, o alegre. (E é claro que eu não estou falando de casos extremamente traumáticos, caso não tenha ficado explícito.)
É interessante a abordagem de situações paralelas à história principal também. Primeiro, o caso do Frodo, que tentou emular o Joel pra tentar conquistar a Parece A Ramona: que ideia merda ein? Começar se baseando em alguém que a mulher literalmente pagou pra esquecer. Tem tudo pra dar certo isso. (Não deu.) Segundo, a outra menina lá que tinha consentido em ter a memória apagada, mas nem tanto? Como diz o meme, “it’s all fun and games” quando é com algum estranho, mas se for com você a situação é diferente. Mesmo que você tenha consentido, ter um vislumbre de um mundo que existiu pode ser interessante, e saber que você (ou alguém) matou essa linha do tempo paralela deve ser bem merda.
O fim do filme é uma coisa que eu ainda devo pensar melhor. A parte da narrativa não linear eu entendi (e isso eu não sabia antes de assistir, realmente foi uma surpresa), a questão é: será mesmo que vai dar certo? Será que daqui a dois anos não vai tá lá os dois de novo apagando a memória? Por mais que a Clementina-da-memória tivesse aquilo de “ah, me encontre num sei onde pra gente recomeçar”, quem disse que a Clementina-real tem esse mesmo pensamento?
Quando eu levar um pé na bunda eu provavelmente vou relembrar esse filme.
Eu já sabia de algumas coisas, mas não do enredo inteiro. Por exemplo: eu já conhecia a cena do alienzinho explodindo a barriga do John Hurt, com sangue surpresa pros atores. Mesmo assim, ela continua impactante.
Tem todo um ritmo mais lento no início, e toda uma atmosfera “claustrofóbica” que vai aumentando. De início, eu achava que seria uma história que se passava apenas dentro da nave (com o alien entrando por algum lugar), mas aí eles mandam uma nave de missão pra investigar algum sinal de socorro ou algo do tipo (e é de lá que o alien vem, na forma do face-hugger).
Eu não assisto filmes de terror, então não sei o quanto isso se aplica neles, mas aqui realmente é uma decisão importante mostrar o alien lá pra depois de uma hora de filme (no caso, o alien grandão babão, o xenomorfo). E mesmo depois, ele nem aparece tantas vezes assim. Mantém o mistério (que eu imagino que deve ter sido destruído depois, com tanto filme sequência).
Bom filme. Algumas coisas me pegaram de surpresa, como a “natureza” de um dos sete passageiros iniciais, e o falso senso de alívio no final. Mas por que raios levaram um gato numa nave espacial?
Hector é um cara que vive no piloto automático. A vida profissional ele empurra com a barriga, a vida pessoal depende da esposa. Não é lá um jeito muito desejável de se viver, mas é cômodo. E aí que mora o perigo. Por isso ele, tendo dinheiro, decidiu tirar o famoso período sabático que gente rica e famosa tira de vez em quando e saiu viajar pelo mundo, especificamente pros países China, África e Estados Unidos.
Ele é um psiquiatra e vai atrás de diferentes povos e diferentes culturas (mas só coube duas no filme) perguntando o que as pessoas acham que é a felicidade. A fotografia é bonita, a edição em alguns pontos é picotada pra passar a sensação de que ele está sendo soterrado por diversas coisas e culturas… É o tipo de filme que é feito pra inspirar as pessoas a viajarem pelo mundo até elas lembrarem que não têm dinheiro.
É uma história interessante, talvez um pouco clichê, especialmente a parte de que ele vai anotando as coisas num caderninho e essas coisas são listadas na tela e tal, mas nada que incomode. A história não é apenas mil flores, tem uns perrengues pesados que ele se mete, o que é usado pra lembrar (num aspecto bem Divertida Mente) que sofrer ajuda a ser feliz também, ou algo assim.
Uma coisa que eu torci o nariz um pouco foi justamente nas turistadas do Hector: antes do perrengue que ele passa no país África, o jeito que os estrangeiros são mostrados é bem clichezão, beirando o estereótipo até. (Tem umas partes que gritam o tal complexo do “white savior” ali.) Mas apesar disso, até que achei legalzinho.
Fazia muito tempo que eu não via nada do Hassum. Resolvi conferir.
É uma história que se parece com várias coisas, segundo quem viu: Click (já vi há muito tempo), Feitiço do Tempo (o filme do dia da marmota, que não vi ainda)… Em resumo, o personagem do Hassum nasceu dia 25 de dezembro, mas odeia Natal, então ele nem comemora o aniversário nem nada; aí no Natal de 2010 ele cai do telhado, bate a cabeça e só passa a lembrar dos natais. Todos os outros dias não existem pra ele, é um Natal após o outro.
É um Natal bem brasileiro, com todos os nossos clichês: pavê, peru, salpicão, Roberto Carlos. É bacana essa representação, especialmente levando em conta que tem um monte de gringo vendo por ser um original Netflix; talvez eles descubram que não se costuma comer feijoada e pão de queijo no Natal daqui.
Eu não fiquei “kkkkk que engraçado esse cara” toda hora, porque não me pegou muito o humor típico do Hassum. Mas não me fez achar o filme ruim. É o negócio dele, fazer o quê.
Como eu não vi Feitiço do Tempo ainda, não sei como é a montagem desse filme. Mas aqui ficou bacana a repetição quase perfeita dos natais sucessivos, quase a mesma coisa sempre. Ao longo do filme começam a aparecer os problemas que qualquer um teria se tivesse uma vida obscura em todos os outros dias dos anos exceto 24 de dezembro. Os filhos crescem, o casamento enfraquece, traição, vários problemas…
Apesar de não ter me feito gargalhar, o filme acabou me atingindo de outro lado: talvez eu tenha lacrimejado um pouco em algumas partes, especialmente quando ele já tá velho e percebeu que a vida passou num estalo, ou quando a filha dele tem uns problemas lá… A mensagem do filme pode ser batida, mas é bom dar uma relembrada às vezes.
P.S.: No filme, eles citam que houve eleições em 2011. Eu tava achando estranho até ver que o filme foi produzido em 2019… Será que a história começava em 2009 (dez anos antes do lançamento) pra no ano seguinte (2010) ter eleição (como deve ser), mas aí resolveram lançar o filme em 2020, jogaram a história um ano pra frente pra ela começar em 2010 (dez anos antes) só que aí caiu eleições em 2011???
Mais um filme da Pixar que faz o povo chorar, eles são bons nisso. É uma história que envolve sonhos, missões e mentores. É bem bacana, explora muito a cultura do jazz (que eu não conheço), tem ali umas ligações com Nova York (que eu também não conheço), e tem isso de almas antes e depois da vida.
É um filme muito bonito. Li que o design das almas partiu da aparência de aerogel, mas não é só isso: as pessoas, a cidade, os mundos das almas, tudo é extremamente bonito e detalhado. Mesmo algumas partes que essencialmente têm o fundo preto são lindíssimas. (A tecnologia é uma coisa doida, não é, menina?)
A música também é excelente, tanto as partes de jazz quanto as trilhas mais “cinemáticas”, que têm uns efeitos meio “tech” que eu gostei muito (não sei descrever música muito bem, como dá pra ver).
Quanto à história, não dá pra negar um pouquinho de similaridade com Divertida Mente (é do mesmo diretor), essa parada de almas antropomorfizadas e tal. Mas aqui o foco não é necessariamente as nossas emoções, mas nossas motivações pra seguir vivendo.
Tem toda uma sorte de piadinhas rápidas no começo do filme sobre o Joe quase morrer, até que ele morre. E muitas vezes é assim mesmo. E esse filme é uma ótima desculpa pra relembrar a gente disso: de que, mesmo que a gente não tenha ainda descoberto algum propósito específico, é bom fazer as nossas coisas, antes que o tempo acabe.
Um filme natalino de animação que parece 3D mas não é 3D, mas sim um 2D com efeitos que parecem 3D.
Um quase-carteiro mimado que é jogado na casa do caixa-prego™ pra ver se aprende a trabalhar e depender menos dos pais ricos. Ele tem que entregar um bom tanto de cartas pra não ser expulso de casa, só que o lugar é uma merda, tem uma treta enorme entre duas famílias, mas ele consegue dar um jeito de enviar as cartas. E nisso rola uma releitura bem bacana do conto do Papai Noel, reescrevendo todos os elementos do mito: os presentes, o carvão, o trenó voador… É uma boa historinha sobre generosidade e altruísmo, algo que costuma faltar por aí.
O estilo visual é incrível. Essa parada de ser animação tradicional em 2D com efeitos de iluminação pra parecer 3D eu só fui saber depois de assistir o filme, é uma tecnologia bem interessante, usa IA e tudo. Os personagens são carismáticos, tem vários momentos comoventes… É um ótimo filme de Natal.
Mais um filme de Natal, um dos maiores filmes de ação já feitos (a Wikipédia diz que ele está em várias listas). Nunca foi a minha praia quando mais novo, mas é um clássico com diversas referências em produtos que eu consumo (mas só consigo citar de cabeça Brooklyn Nine-Nine e aquela série do Vsauce3 sobre a ciência dos filmes).
Tem um monte de bordões já conhecidos em certos nichos, tem personagens carismáticos (Argyle e Sgt. Powell) e de certa forma interessantes (Hans, que eu fui ver e foi feito pelo mesmo ator que fez aquele cara lá no Harry Potter né, eu não sabia).
Tem aquela história de que o Bruce Willis era ator de TV, mal visto por isso, e foi esse filme que jogou ele pro cinema de vez. Merecido, o filme é muito bom. Eu não tenho muito padrão de comparação de outros filmes de ação, mas nesse ele chega no final destruído, o que eu li que na época não costumava acontecer (os protagonistas tinham um quê de “invencibilidade”), então foi uma boa novidade.
Que filme espetacular. Só não acho uma pena eu não ter assistido antes, porque creio que hoje consigo apreciar melhor. Mesmo assim, eu não sou capacitado para fazer uma análise sociológica profunda do que é abordado nesse filme, então esse textinho vai ser tão raso quanto os outros desse post.
É um filme intenso, extremamente violento, com uma cinematografia e direção incríveis. (Uau, gastei termos técnicos batidos aqui.) A abertura com a galinha, a sequência do Dadinho se transformando no Zé Pequeno, a cena das crianças sendo punidas, são partes sensacionais. O filme tem um caos tão bem-feito, que soa real, mesmo sendo uma realidade que eu não vivi (Rio dos anos 60 a 80).
O filme mostra um ciclo sem fim de violência e vingança que começou a ser cultivado lá no começo quando o governo socou toda a população pobre bem longe de todo mundo. E é bem difícil sair desse ciclo. Já é ruim viver numa condição desgraçada, ainda no meio de uma guerra de facções então.
Os personagens são extremamente bem desenvolvidos, e você acaba simpatizando com vários deles. As atuações são excelentes, principalmente vindas de gente que nem atuava profissionalmente. A narrativa e a edição, com os elementos de recapitulação/outras visões de um mesmo evento, são uma maravilha.
P.S.: É até divertido ver comentários em outros idiomas exaltando esse filme em canais do YouTube por aí, e os brasileiros reclamando que as legendas têm 50% menos gírias e palavrões.
Uma história que provavelmente seria um tanto diferente hoje em dia. Mas é uma boa oportunidade de viajar um pouco pro passado.
É uma jornada simples, mas muito interessante a que Dora faz pra tentar fazer com que Josué encontre o pai. Começa naquele caos da estação de trem do Rio de Janeiro, e à medida que a viagem acontece, aquilo vai sumindo… Todos os personagens são excelentes. No começo do filme o Josué é bem irritante mesmo e você acha a Dora uma canalha pelo que ela (não) faz, mas é muito bom ver a mudança gradual de comportamento e interação entre os dois, durante a longa viagem e todas os perrengues que acontecem durante ela.
Na parte final, a emoção culmina demais. As cartas finais são de dar aquela apertada no coração, bicho…
Como se diz muito por aí, em histórias boas de ficção científica o principal são as relações humanas. Aqui a principal relação explorada é a linguagem, no caso, com os aliens que chegam. Ultimamente eu venho achando bem interessante saber sobre aspectos relacionados à linguagem, e como isso não está ligado diretamente a tal ou tal idioma, mas sim à estrutura e ao funcionamento deles. Gostei dessa parte do filme.
É um filme bem “contemplativo” (acho que essa palavra se encaixa). Não é um filme com ação, nada caótico, frenético… É um estilo interessante até pra explorar todo o tempo que é levado pra tentar compreender e usar a linguagem alien, mas admito que o filme poderia ser um tiquiiiinho mais rápido. (Eu vi com um pouco de sono, então me desculpe.)
“Eu tava pensando em ver The Room por último, já que esse ano foi uma merda e tal, vou encerrar a lista com chave de bosta, huehauheuhauh” foi o que eu pensei alguns dias atrás. Que erro.
É um filme ruim, eu já sabia que era, ganhou um status “cult” de tão ruim, mas eu não sabia que era tanto. A história principal é toda torta, tem umas três ou mais histórias paralelas que não vão a lugar nenhum, tem cinco cenas de sexo longuíssimas e desconfortáveis, as falas são estranhas, tem o chroma feio na laje, tem a porra daquele moleque tarado que só sabe entrar em quase toda a cena com uma bola de futebol americano na mão pra tentar comer a moça lá ou assistir alguém comendo a moça mas não consegue e sai de cena.
Tem diálogos que as falas parecem que foram defasadas em uns dois parágrafos. A atuação do Tommy Wiseau é morta, quando ele lembra de tentar dar alguma emoção é na hora errada. Li aqui na Wikipedia que ele insistiu em fazer umas cenas aleatórias porque sim, em vez de fazer cenas que contribuíssem pra essa história maluca.
Eu sei que tem um livro e um filme explicando essa empreitada, mas enquanto eu não sei dos bastidores, pra mim essa merda deve ter sido lavagem de dinheiro, não é possível.
Pois é, eu consegui. Dei uma disparada no final do ano, o que mostra que eu talvez não tenha pegado a prática de ver, digamos, um filme por semana. Mas vale continuar tentando.
Foi interessante, me forcei a ver coisas que eu enrolava há tempos, descobri coisas novas, tentei expressar algumas opiniões nos textos mas percebi que elas não eram necessariamente profundas ou relevantes. Mas está no meu site pessoal, então nesse cantinho eu me sinto confortável em ser um pouco superficial e alienado.
Pra 2021, provavelmente eu vou continuar catalogando o que eu assistir (no Letterboxd, por exemplo), mas não sei se vou pôr uma meta fixa de quantidade ou se vou escrever algum textinho pra cada filme. Quem sabe.
Obrigado a quem quer que tenha lido isso.